quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Transeunte.

Esta tua silhueta encantada,
Esse teu brio de que jovem és.
E és, ou não? Jovem donzela.
Te olho entre os seios desnudos que por meus olhos
Passam, assim, despercebidos como a ambigüidade
Que vem de teus olhos.

Essa embriaguez adormecida do teu “príncipe”,
Que por jus não é encantado.
Esse mesmo que te deixa sem hora pra ir ou voltar.
Esse que te olha como donzela, na dúvida que ainda
Permanece de praxe como vós o requereis.
Deixa, ou deixarás?

E a ti donzela que com os seios desnudos
Vislumbro tua alma impetuosa, que cega os homens,
Que se alimentam do teu ventre, do teu tão amargo,
Amor... E quem vos sois? Apenas donzela em alma de peixe.
Peixe morto. Aproveite essa que tua hora é.

Ah! Gorjeias dos teus cantos.
Gorjeia donzela, teu tempo é curto e minha sede é pouca.
Deixo-vos, a deixo, tateio, tateias, tateamos, tu ou ela?
E vazio este que te cega, entre teu peito mudo.
E assim, por fim, como quem não diz nada,
Mudo fica.

 
(Um dos poemas mais difíceis de interpretação que fiz e talvez o único nessa linha, mantenha-se atento.)

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