segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

... Lá vem o amor nos dilacerar de novo.

“Esquerda, Direita, Esquerda, Direita. 1 2... Lá vai e vai longe.”


Abre esse teu coração, abre, mas abre com força e sem medo.
Abre agora que essa sede que nos mede e nos entra corpo a fora é só instante, como a nossa inconstância deseja, eu te desejo... E não, não diga que não, porque a necessidade que vem de ti é maior que a minha e do que as nossas juntas. Diz-me como sempre diz, soa como sempre soa, fala que esse teu amor vale por nós dois, que a minha vontade pode passar e você ficará como um quadro onde eu olho a beleza e passo, longe, volto quando precisar e vou embora, dias e dias sem você... E se me perguntar, nem hei de sentir falta. Meu coração é gelado como pedra... Oras! E tu bem sabes, sou por inteiro e você mulher de meios, eu homem de termos, você de palavras e eu de silêncios.

Algumas vezes eu te cortei tão a fundo, lá dentro, onde o meu coração mudo ficava por uma simples esperança de nada, pra quê? De quê? Explica! Agora sou eu ou você que não fala? Foi embora, saiu porta a fora, perdeu o instante, doeu, passou, voltou, ficou e eu te deixei... Simples não? Mas, sabe, eu ainda te amo, mesmo com a dor que mata e me tira o fôlego aos poucos, eu ainda te sinto, eu ainda te vejo em mim... Como um só...

“Menos pela cicatriz deixada, uma ferida antiga mede-se mais exatamente pela dor que provocou, e para sempre perdeu-se no momento em que cessou de doer, embora lateje louca nos dias de chuva...(Caio F. Abreu)”

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