Sabe de uma coisa, vou dizer que a minha verdade é feminina. Que o meu espírito se torna e entorna toda vez que alguém vai embora, que eu sofro calada, que eu grito e choro mais uma, duas, três e quantas forem precisas... Que eu sou pequena perante a grandeza do mundo, que eu sou selvagem quanto as minhas verdades, que eu corro sem direção nem tempo algum, que eu vivo e morro a todo instante. Vou dizer também que tenho um pouco dessa masculinidade transviada, que calo os anseios e vou embora, que deito e penso sem pensar em nada, que vou aos bares e bebo como um homem vivo e chego a casa e choro como uma criança sozinha... Vou dizer também que não sei nada, que sou de silêncios, que a intensidade não é minha, que a vida não é minha, que sou outro, outro que não sente, que não sentiu, que não sentirá, que nem se quer viveu...
E então serei tudo e todos até que eu possa dizer que me encontrei em mim, ou quem sabe não serei nada, só sentirei algumas vezes mais como homem ou mulher, sofrendo por tentar mais uma vez.
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